quarta-feira, 6 de maio de 2015

Jornalismo digital deficiente e inconvergente

Fichamento: Jornalismo digital deficiente e inconvergente


Título e subtítulo da obra:
Jornalismo digital deficiente e inconvergente
Autor(es):
Marco Bonito
Organizador (es):

Coordenador (es):

Editor (es):

Tradutor:

Título e subtítulo do capítulo:

Autor (es) do capítulo:

Edição:

Local de publicação:
Fortaleza, CE
Editora:
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Data da publicação:
2012
Coleção:

Páginas:
15
Intervalo de páginas do capítulo:
1 a 15.
Volume:

Disponível em:

Acesso em:
06/05/2015



RESUMO
No artigo Jornalismo digital deficiente e inconvergente, Marco Bonito reforça a importância da acessibilidade, que é um direito do cidadão, não vem sendo respeitada pelos meios de comunicação e no jornalismo digital. No design universal, proposto por Bonito (2012), a ideia é evitar a necessidade de produtos especiais para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços. Dessa forma, as pessoas com deficiência teriam seus direitos garantidos e sem serem discriminadas, pois o conteúdo seria feito de uma forma que fosse acessível desde sua origem, sem ser relegado a uma reprodução diferente da original. Devido a suas características o jornalismo na web surge como um expoente para esse jornalismo cidadão, assim as pessoas com deficiência não estariam privadas da informação, tão importante no século XXI.


PRINCIPAIS CITAÇÕES + Nº DA PÁGINA
“Entende-se que o melhor termo para designação deste grupo social seja ‘pessoa com deficiência’, que o sujeito deve anteceder à sua condição, de TER uma deficiência e não de SER uma deficiência. Por isso, utilizarei, neste trabalho, o termo “pessoas com deficiência” para designar o grupo de pessoas cujas deficiências interferem no consumo e produção de conteúdo jornalístico/informativo pleno, universal e sem barreiras. Isto porque considero que todas as pessoas são deficientes, ou melhor, ninguém é perfeito e todos tem algum déficit perceptivo, físico, motor, intelectual, de cognição ou semelhante. Logo, o termo “deficiente” não dá conta de conceituar, por si só, a profundidade da ideia e como veremos mais adiante, dentro dos processos comunicativos, se há algo deficiente são os próprios processos de produção de conteúdos, que deveriam servir às pessoas e não exigir o contrário com tem ocorrido” (Bonito, 2012, p. 1-2).

“No Brasil, o censo de 2010 (IBGE, 2012) descobriu que 45 milhões de brasileiros se declararam como pessoas deficientes em pelo menos uma das categorias investigadas. Isto significa que praticamente um quarto da população brasileira é deficiente (24% da população) e que estas pessoas representam um número muito significativo. Mas o mais interessante é que 95% das pessoas com deficiência e que estão em idade escolar encontram-se matriculadas em escolas, o que é um enorme avanço, já que no censo anterior o número era bem menor” (Bonito, 2012, p. 2).

“A nova geração de pessoas com deficiência tem sido alfabetizada sob o signo das revoluções propostas pelas novas tecnologias da comunicação e principalmente com o apoio de tecnologias assistivas e políticas públicas de inclusão social. Portanto, é imprescindível repensarmos as práxis de produções de conteúdos digitais, já que, hoje em dia, para uma pessoa com deficiência, há várias barreiras que impedem o acesso às informações e ao conhecimento” (Bonito, 2012, p. 2).

“O que nos chama a atenção é que com tantas pessoas deficientes, em tempos de sociedade em vias de midiatização (NETO, 2010), cibercultura em franca expansão e suposta convergência, as leis ainda não funcionem e não garantem condições de produção e consumo de informações ou, como queiram, de comunicação sem barreiras nas diversas mídias existentes.” (Bonito, 2012, p. 3).

“Este preconceito fomenta e induz a lógica estabelecida a funcionar a partir do pressuposto de que os conteúdos comunicativos devem ser reproduzidos (produzidos novamente) para os anormais (aqueles que estão fora da norma), ou seja, as pessoas com deficiência. Funciona assim: produz-se o conteúdo e depois de publicado pensa-se, quando isto acontece, em adaptá-lo às pessoas com deficiência, como caridade. Ao meu entendimento o erro está associado à este procedimento” (Bonito, 2012, p. 10).

“O conceito de Design Universal tem por objetivo desenvolver produtos e ambientes para serem usados por todos na máxima extensão possível, sem adaptações ou projeto especializado para pessoas com deficiência” (Bonito, 2012, p. 10).

“Se considerarmos que a principal característica conceitual do jornalismo digital é a memória e que os sites jornalísticos, em quase sua totalidade, não contém conteúdos acessíveis às pessoas com deficiência, temos como afirmar que, em suma, se há deficiência ela está realmente associada ao jornalismo digital. Os mais de 80 milhões de usuários latinos americanos que são considerados pessoas com deficiência não podem usufruir com naturalidade e sem barreiras das principais características do jornalismo digital: “Multimidialidade/convergência; interatividade; hipertextualidade; customização de conteúdo/personalização; memória e instantaneidade/atualização contínua” (ELIAS MACHADO E MARCOS PALACIOS, 2003), é muita gente condenada a não poder consumir e produzir informações jornalísticas” (Bonito, 2012, p. 12).

BIBLIOGRAFIA ABNT
BONITO, Marco. Jornalismo digital deficiente e inconvergente in Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Fortaleza, 2012. Disponível em: http://www.academia.edu/1912459/Jornalismo_digital_deficiente_e_inconvergente